2004/08/12

Tradições e temas complexos

No Gildot surgiu recentemente um debate sobre a triste história do Terràvista. No meio da conversa levantou-se outro tema especialmente complexo e a respeito do qual resolvi escrever umas linhas.

Dizia-se a certa altura que "a homossexualidade é tão normal como a heterossexualidade".
Se fosse "tão normal", 50% da população era homossexual... Uma coisa é aceitar a homossexualidade, outra é dizer que homossexualidade e heterossexualidade é tudo a mesma coisa.

Escreveu-se ainda que a homossexualidade "não é uma doença, ou seja, um/a homossexual não tem nada de errado".
Sim e não. Os/as "homossexuais" (já explico a razão das aspas) são como as outras pessoas: há as que têm "algo de errado" e as que são "saudáveis".

Há dois tipos de "homossexuais": os "verdadeiros" que possuem uma tendência natural para gostar do mesmo sexo (que acredito sejam uma percentagem bastante pequena da população) e os "falsos", que desenvolveram uma suposta "apetência homossexual" como resultado de algum desequilíbrio na sua evolução psíquica. Aliás, o equivalente também se poderá passar com os "heterossexuais".

Estou por isso firmemente convicto de que grande parte dos "falsos" é curável (ou pelo menos que devia tentar a cura), mas que a sociedade confunde os dois tipos e deixou de analisar o caso com o rigor e seriedade que era exigível. Qualquer desequilíbrio é mau e deve ser ultrapassado.

Quando vejo as "paradas de orgulho gay", os casamentos gay com homens em vestido de noiva, etc., é difícil de acreditar que sejam pessoas mentalmente saudáveis! O problema não é serem manifestações homossexuais, o caso seria o mesmo se fossem palhaçadas heterossexuais como também há muitas (por exemplo alguns culturistas mais fanáticos, com o corpo todo deformado, a dizer "agora é que me sinto Homem!"). Os "verdadeiros" não precisam de fazer tristes figuras em actividades de gosto mais do que duvidoso, têm um equilíbrio mental bem mais saudável que as dispensa. É evidente que também há "verdadeiros" que desenvolveram alguns traumas pelo facto de serem discriminados pela sociedade - o desequilíbrio seria então consequência e não causa da sua homossexualidade.

Por isso, embora não tenha feito nenhum estudo científico que me forneça números, a minha percepção do mundo diz-me que as pessoas verdadeiramente homossexuais são relativamente raras.

Já agora, ligado a este tipo de "preconceitos sociais" do mundo ocidental, valeria a pena discutir também a poligamia e o incesto entre adultos. Não me parece adequado pensar na homossexualidade sem introduzir igualmente estes dois assuntos. Por que razão há-de a sociedade tratá-los de forma diferente?

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PS: Um esclarecimento adicional - Independentemente de se concordar ou não com uma determinada situação, é preciso que haja razões muito fortes para proibir qualquer coisa. Eu não encontro essas razões fortes para proibir uniões (nunca lhes chamaria casamentos) homossexuais como casos de "economia comum" para fins fiscais, por exemplo.

E por que razão é que se há-de proibir a poligamia, que é comum noutras zonas do mundo? Eu não a defendo como opção de vida, mas com que direito a sociedade pretende regular este aspecto da vida privada de pessoas adultas?

Outro caso ainda: quem é que apoia a prostituição? Mas muitos (como eu) defendem a sua legalização porque apesar de tudo há quem se prostitua por opção, inércia ou "comodismo" (é um direito...), e já não por estrita necessidade.