2004/07/29

A gestão das massas

João Porto refere no Nortadas um artigo de Medina Carreira e a necessidade de se melhorar a forma como se utilizam os dinheiros públicos.

Quando não se consegue ter sucesso ao tentar realizar muitas tarefas muito complicadas, o que há a fazer é seleccionar apenas aquilo que é essencial e simplificar os processos. O Estado funciona mal porque quer fazer demais.

Exemplos que sugiro:
1) adoptar de forma muito mais generalizada um regime simplificado de cálculo do IRS e IRC;
2) acabar com todos os benefícios fiscais e programas de incentivo a tudo e mais alguma coisa, substituindo-os por uma baixa genérica da taxa de imposto;
3) simplificar os procedimentos de aquisição de bens e serviços por parte do Estado, impondo o recurso a procedimentos informatizados e portanto auditáveis automaticamente.

Não percebo por que é que este tipo de "opções minimalistas" é tão raramente adoptado. Será falta de experiência de gestão por parte dos decisores? Veja-se o caso do PDM do Porto: não era preferível ter tido um texto radicalmente mais simples mas a tempo e horas? E não teria melhores resultados práticos do que não-sei-quantas dezenas de páginas que ninguém vai ler, mesmo que por hipótese absurda fossem de um brilhantismo notável?